1000faces escreveu:[rp]Serve o seguinte estudo para ilustrar as novas despesas trazidas para uma CP pelas taxas de mercado, no momento em que esta paga impostos, ou compra e vende ao Condado. As taxas de mercado são ainda uma novidade, cujas consequências devem ser avaliadas no decorrer do tempo, e tento com este estudo dar mais uma ferramenta para essa avaliação.
Gostaria que todos os interessados o considerassem e tirassem dele as devidas ilações.
1) DESCIDA DA PERCENTAGEM A PAGAR
Sabendo da consequência das taxas de mercado sobre as CPs no momento em que estas pagam impostos ao Condado, o Conselho do Condado decidiu descer a percentagem de impostos a pagar por uma CP de 70 para 65% (bónus de 5% para compensar as despesas com as novas taxas).
A última prestação a pagar por Santarém foi de 493,68 czs (isto é 65% de 759,50). O bónus de 5% é por isso 38 cruzados. É isso que a CP beneficiou com a mudança na percentagem.
2) TRANSFERÊNCIA PARA UM MANDATO
Os impostos são pagos transferindo o pagamento do inventário da CP para um mandato do Condado, atribuído ao prefeito. Consideremos que o mandato traz 20 sacas de sal (7,5% de taxa) para ajudar na transferência.
passo 1: venda de sal do mandato à CP -> 20 x 30 czs x 7,5% = 645 crz (45 de taxas para o Condado)
O mandato ficou com 600 cruzados
passo 2: venda de sal da CP ao mandato -> 20 x 4 crz x 7,5% = 86 crz (6 de taxas para o condado)
dinheiro no mandato: 600-86 = 514 cruzados
dinheiro perdido em taxas: 51 cruzados
Ao fim destes dois passos haveria dinheiro suficiente para pagar uma prestação. A CP pagaria no entanto um excesso de 51 cruzados (mais que a bonificação de 5%: 38 cruzados).
Faltaria a seguir usar esse dinheiro para comprar trigo e milho, e pagar aí mais taxas.
3) PAGAMENTOS EM TRIGO
O trigo não pode ser vendido a menos de 10,00 crz. À taxa de 5%, o valor mínimo de mercado é 10,50.
Caso exista trigo a 10,00 no mercado no momento de o colocar no mandato de impostos, dá-se a compra directa, pagando-se 10,50 cruzados (0,50 em taxas para o condado)
Mas até aqui, não era isto que acontecia, o trigo vai aparecendo aos poucos, e os prefeitos acumulam-no na CP até ao dia do pagamento.
Assim, o normal é ser transaccionado em dois passos:
passo 1 : a CP compra do mercado ao produtor -> preço 10,50 (0,50 czs para o Condado)
passo 2 : a CP transfere o trigo para o mandato -> preço 10,50 (0,50 czs para o Condado)
Usando estes dois passos, considerando trigo comprado ao preço mínimo, a CP paga 1 crz de taxas por saco de trigo. Como este é contabilizado a 10,20, é uma perda de 0,80 crz por saco de trigo. Caso o prefeito o consiga comprar todo no mesmo dia directamente ao mercado, paga-o a 10,50, perdendo só 0,30 cruzados por saco de trigo.
Raciocínio análogo pode ser usado para os outros produtos.
4) COMPRAS AO CONDADO (O CASO DA MADEIRA)
O condado vende madeira a 4,10 crz a uma CP. Esta troca faz-se através de mandato. A CP depois coloca a madeira à disposição dos profissionais. Tal pode ser feito dos seguintes modos:
Opção 1 - Venda do mandato para a CP e desta ao profissional
passo 1: venda da madeira do mandato à CP -> 4,10 x 5% = 4,31 crz por feixe (0,21 de taxas)
passo 2: venda da madeira ao profissional -> 4,35 x 5% = 4,57 crz (0,22 de taxas)
O condado recebe um total de taxas de 0,43 por feixe.
Opção 2 - Venda directa do mandato ao profissional
O prefeito pode optar por vender directamente do mandato ao profissional, e pagar ao Condado em dinheiro. Evita a segunda taxa, mas não pode ter lucro, pois se vender acima de 4,10, qualquer pouco dinheiro de lucro se perderá em taxas ao tentar retirá-lo do mandato para a CP. O condado recebe sempre 0,21 crz extra por feixe.
Opção 3 - Venda ao profissional por mandato
O prefeito pode ainda optar por vender a madeira à CP, e depois passá-la ao profissional por mandato da CP. Nesse caso está livre de definir a sua margem de lucro no mandato, deixando as taxas para o comprador. Tal pode encarecer muito a madeira. O condado recebe sempre 0,21 crz extra por feixe.
NOTA: A melhor forma de comprar materiais ao Condado é incluí-los no mandato de impostos. Assim, serão usados para transferir dinheiro. Mas isto pressupõe que um prefeito terá de prever o stock necessário para uma quinzena.
5) ESTIMATIVAS
Vejamos valores totais de taxas pagas pela CP, nas trocas com o Condado, estimados por quinzena.
Compra de 50 feixes de madeira a 0,21 de taxas = 10,50 cruzados
Compra de 10 kg de ferro a 1,43 de taxas = 14,30 cruzados (calculado a 19 crz o kg, com taxa de 7,5%)
Operação de pagamento de impostos = 51 czs (calculados no início)
1 crz por cada saco de trigo transferido (para 40 sacos, são 40 cruzados)
+ X crz por outros produtos para pagar em impostos
A CP perde em taxas, por quinzena entre 100 e 150 cruzados.
Nota: Apenas se consideram transacções obrigatórias com o condado, não se consideram outras operações correntes de mercado. Não se consideram ainda outras compras ao Condado como carne, fruta, etc.
6) CONCLUSÃO
A diminuição de 5% na percentagem de impostos, que no caso de Santarém foi de 38 cruzados na última prestação, não chega para cobrir as novas despesas com taxas de mercado.
Com a actual dificuldade, e constantes prejuizos, os prefeitos vão deixar de pagar os impostos em trigo e milho, e vão deixar de comprar ferro e madeira para os profissionais. Tal vai ter consequências nefastas para a economia do condado.
Dada a conjuntura actual entende-se que a prioridade seja diminuir a dívida condal, no entanto as CPs estão a pagar taxas extra quando pagam impostos, que nalguns casos podem dificultar a sua normal gestão.[/rp]