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    Justas

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    Mensagem  Admin Seg Dez 05, 2011 10:08 am

    Harkonen escreveu:[rp]Justas Tumblr_lmfe66jMCV1qcidxzo1_500

    Ao ver que alguns populares, acompanhados por nobres cavaleiros e pelos seus escudeiros se começaram a aproximar do palanque, sem dúvida animados pela expectativa de mais um Torneio de Justas, Harkonen começa a sua apresentação:

    As Justas e Torneios começaram há muito tempo, no Norte da Europa.
    Diz-se que já no tempo de Henrique da Germânia, o Passarinheiro, ainda antes do ano mil, foram criadas as primeiras regras de torneio.
    Nesta altura e durante muito tempo, a parte principal destes torneios parecia mais uma batalha do que um duelo, com dezenas ou centenas de combatentes, distribuídos em duas equipas, a lutarem em simultâneo.

    Com o tempo, estes torneios colectivos foram perdendo importância e os duelos individuais foram-se tornando no evento principal do torneio. Inicialmente, as justas, que eram duelos singulares entre cavaleiros, antecediam o torneio colectivo e eram muitas vezes utilizadas para fazer batota. Certos cavaleiros investiam tudo na Justa e abandonavam o torneio antes do combate colectivo, para não prejudicarem a sua equipa ao lutarem já cansados, ou, por outro lado, não se esforçavam muito nas Justas, preferindo apenas cansar e desgastar os adversários. Filipe da Flandres era conhecido por recorrer frequentemente a estes estratagemas.

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    Porém, os duelos singulares, ou justas, começaram a ter mais interesse e roubaram o protagonismo aos torneios colectivos, que foram caindo em desuso. Hoje, estes combates já só servem para animar a assistência e aquecer o público para a as muito esperadas justas.

    As regras são muito simples. Dois Cavaleiros, montados nos respectivos cavalos, carregam um sobre o outro, separados por um pequeno muro. O objectivo é acertar no centro do escudo do adversário, destruindo a sua lança ou até derrubando-o. Cada toque no escudo pontua e, em alguns casos, o cavaleiro que caia do cavalo ou fique ferido perde de imediato o combate Apontar directamente ao adversário ou ao seu cavalo é motivo para desqualificação. Apenas os toques no escudo são considerados válidos. Há diversas maneiras de um nobre se magoar num torneio, desde as farpas de madeira das lanças, que cegaram muitos cavaleiros, às lesões graves ou mortais que uma queda de cavalo pode provocar.

    Em alguns torneios, além das cargas a cavalo, há também assaltos a pé.
    Nestes casos, quando o cavaleiro tombou do cavalo, mas não ficou ferido, pode tentar recuperar pontos a pé. Armados com escudo e espada, ou massa, os cavaleiros defrontam-se.
    O objectivo continua a ser derrubar ou destruir o escudo do adversário.

    Os cavaleiros viajam de cidade para cidade em busca de torneios de justas.
    Combatem em nome das suas amadas, que podem até ser damas casadas ou de estirpe superior, assim como da sua família ou como campeões do seu senhor.
    Por vezes, na véspera de batalhas, os campeões de ambos os lados defrontam-se e Jah favorece aquele cuja causa é justa.
    Durante a Guerra dos Cem Anos, Eduardo III desafiou os Franceses para que apresentassem um campeão digno de se bater com o seu num combate até à morte. Os Franceses não responderam! Carlos de Anjou fez a mesma proposta a D. Pedro de Aragão, desafiando-o para um combate em terreno neutro, mas o segundo descobriu a tempo que se tratava de uma emboscada e não compareceu.

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    O primeiro torneio de justas de que há registos foi em 1066.
    O autor das regras foi Dom Godfrey de Preuilly, mas isso não lhe trouxe grande vantagem.
    A fortuna não esteve do seu lado e morreu nesse mesmo torneio, vítima da lança do seu adversário.
    Muitos nobres da mais alta estirpe morreram em torneios, como Henrique III, Conde de Leuven, colhido pela lança de Gosuin de Forest.
    Os torneios são tão mortais para a nobreza, com alguns dos seus mais corajosos membros a deixarem a vida na arena, que muitos reis os tentaram impedir e ilegalizar. Foi o que fez Henrique II de Inglaterra, mas o seu filho Ricardo I, o Coração de Leão, grande adepto das Justas, levantou a proibição e criou locais especialmente destinados a torneios. Por fim, para impedir a sangria, Eduardo I de Inglaterra criou regras que proibiam a utilização de armas afiadas.

    A nobre arte das justas tem muitos heróis, cantados por trovadores e louvados em crónicas.
    Nomes como Ricardo Coração de Leão, Raimundo de Toulouse, Roberto da Normandia, Carlos da Flandres ou Boemundo de Antioquia ou João de Ibelin são celebrados em todas as arenas da Europa.

    Entre os Portugueses, as Crónicas registam os feitos de Abril Peres, Conde de Lumiares e Trovador, que combateu em muitas justas, antes de morrer no campo de batalha. Foi um homem temido, tanto pela pena como pela espada, que defendeu a honra de muitas damas na arena.

    Em Portugal celebramos também os feitos do Magriço e dos seus onze companheiros que, em defesa de doze donzelas inglesas injuriadas por cavaleiros que ninguém se atrevia a contrariar, não hesitaram e partiram para Inglaterra. Após um longo e violento duelo, os doze de Portugal cobraram o insulto às damas com o sangue e a pele dos cavaleiros ingleses.


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